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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

História e Interatividade.

Cultura, tecnologia, aguçar a curiosidade do ser humano, preservar a natureza, resgatar as raízes, o sentido e a história, esses foram alguns dos elementos que me levaram a projetar no TCC uma Biblioteca Midiateca no Centro Histórico de Blumenau.




Um local onde é possível voltar no tempo e imaginar como a cidade começou. Caminhar entre os miolos de quadras, às margens do Ribeirão Garcia e por trás das antigas construções, é como estar em outro lugar, longe do barulho e da confusão de uma cidade grande e desenvolvida. Estive diversas vezes na Rua das Palmeiras buscando observar cada detalhe e sentir o que esse local é capaz de transmitir. O resultado foi surpreendente para mim, o Parque Foz do Ribeirão Garcia é um local que poucas pessoas conhecem, uma área verde cheia de potencial as margens do Ribeirão onde ainda é possível sentir a natureza e ouvir o canto dos pássaros. Um lugar capaz de transmitir tranqüilidade e ao mesmo tempo insegurança por estar abandonado, sem os cuidados necessários.


Por trás do Museu da Família Colonial, do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva e Biblioteca Municipal Dr. Fritz Muller e da Fundação cultural o verde do parque continua a se estender e nesse ponto já foi possível sentir o ar bucólico dos fundos de quintais das antigas residências com varandas voltadas para uma massa verde e adentro desta o cemitério dos gatos de Edith Gaertner completa a sensação com seus caminhos estreitos e cantinhos com mesas e bancos onde é possível relaxar ao som das águas do ribeirão.





A antiga prefeitura atual fundação cultural de Blumenau possui uma grande abertura na edificação, um corredor que encontra-se fechado e que nos leva da agitada Rua XV de Novembro direto a um espaço aberto com todo esse verde de fundo.


Foi nesse momento de percepção que surgiram as primeiras idéias. Resgatar a história da primeira rua onde a cidade começou a ser desenvolvida, trazer vida para um local que hoje é apenas um corredor de passagem de veículos e que não possui a relevância que deveria ter.

Aliar lazer e cultura, ampliando a área do Parque e atualizando o conceito de biblioteca com a proposta de uma Midiateca que vêm a inserir a tecnologia e interatividade, que hoje é tão necessária e faz parte do cotidiano das pessoas, além de atrair o público jovem. Dar uso e assumir como parte integrante da cidade as edificações históricas que existem na primeira quadra da Rua XV de Novembro, proporcionar a diversidade de usos possibilitando habitação, comércio, prestações de serviço numa mesma área, são todas essas as diretrizes que acredito que tornarão nossas cidades mais humanas, com mais raízes, mais história, mais vida e sentido.


A proposta para o espaço como um todo foi a ampliação e criação de um extenso parque urbano preservando a vegetação existente das margens do Ribeirão Garcia e incorporando o Centro Histórico até a margem do Rio Itajaí-Açu e mediações da Praça Hercílio Luz. Através deste foram gerados novos eixos de circulação e novos pontos de encontro, além da integração com os edifícios históricos culturais existentes.

Procurando manter cada elemento histórico em seu devido lugar e respeitando a atmosfera que os espaços seriam capazes de proporcionar, propus a retirada dos elementos que não agregavam valor arquitetônico nem se enquadravam na paisagem do local. Desta forma foi possível visualizar da Rua das Palmeiras a área do Parque Municipal Foz do Ribeirão Garcia, antes não era percebido.

A edificação do arquivo Histórico de Blumenau permaneceu inalterada e logo atrás, anexada a esta foi proposta duas edificações que concentram diferentes usos e que se interligam através de passarelas interativas. A idéia foi permitir sempre a permeabilidade visual mantendo os pavimentos térreos livres para passagem e chegada na praça projetada entre as edificações. Provocar a curiosidade de quem estivesse na Rua das Palmeiras através das passarelas iluminadas também fazia parte do contexto. A praça tem como objetivo causar sensações lúdicas e oferecer diversas atividades e manifestações culturais, com um cinema ao ar livre. A biblioteca foi proposta ao lado da vegetação mais concentrada, o lado que nos transmite mais tranqüilidade. Nessa edificação procurei resgatar a memória dos fundos de quintais com as caixas de vidro e madeira projetadas para cima das árvores. Do outro lado, passando pelas passarelas com telas interativas foi proposta a midiateca como um espaço mais tecnológico.




Hoje a proposta real para essa área do Centro Histórico começa a tomar um rumo bem diferente. O parque Foz do Ribeirão Garcia deve ser fechado esta semana devido ao vandalismo existente em toda área. O que podemos esperar é uma mudança de visão, com um olhar para descoberta de riquezas históricas, capaz de mudar o rumo das cidades, com estratégias que gerem diversidade de usos, movimentação constante de pessoas e tornem as nossas cidades locais mais seguros e humanos para se viver.


Arq.Renata Rebelo

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

E assim caminha Blumenau, rumo a 2050...


Fechando os olhos, fechando as portas dos parques, derrubando árvores, querendo concretar bordas de rios, aprovando projetos de alto impacto paisagístico e de mobilidade em áreas de precioso valor histórico. Restringindo o debate sobre as intervenções urbanas, na tábua raza do racionalismo, imediatismo. Precisamos rever os valores que estão sendo considerados ao pensar os rumos da nossa cidade.

Precisamos entender melhor a nossa responsabilidade pelo futuro da cidade, qualificar o debate, buscar estratégias mais articuladas e democráticas. Não é apenas uma questão política de querer fazer, mas sim responder ao querer de quem? O que assistimos hoje são monólogos desencontrados, proposta mirabolantes, com perspectivas eletrônicas espetaculosas (Blumenau não é Dubai hein?!) ações imediatista para “apagar incêndios”.

Precisamos colocar em pauta o resgate da função social da cidade, respeitar o querer da comunidade, proteger nossa paisagem, falar de urbanidades. Sabemos sobre as intenções dos projetos Blumenau 2050, mas o que adianta a intenção se na hora de colocar em prática recebemos notícias como essas, parques fechando, ilhas de arranha céus iniciando a construção, me desculpem mas não vejo coerência nesse discurso.


Agir pontualmente em áreas como nosso centro histórico é um equivoco, precisamos de uma estratégia mais ampla e articulada, que possibilite novas conexões, criar novos usos, resgatar a memória e o significado desse lugar. O incentivo a habitação é favorável para vitalidade, mas o problema esta no dialogo com o espaço publico, com a paisagem. O projeto aprovado no conselho de planejamento nega a conexão com a rua e não apresenta alternativa de amenizar o impacto na mobilidade, além da agressividade na altura dos edifícios, falemos de gentilezas urbanas.


Temo em ver nosso centro histórico se transformar em uma espaço de passagem, cada vez mais isolado, etéreo e violento. O desenho que se inicia essa semana em nosso centro histórico, registra oficialmente a responsabilidade das nossas contradições. Me perdoem o desabafo mas não vejo luz nesse caminho.

Daniela Pareja
Arquiteta I estúdio terra

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Egito!

Vaga de estágio no Estúdio Terra!


Quem quiser trabalhar em www.terra.arq.br e estiver entre o 6 e 8 semestres, manda bem em autocad, sketchup e revit, enviar currículo para:


terra@terra.arq.br
 contato com o arq. Neto

O Athos de Ronaldo Fraga

foto: Namídia 
* Por Celaine Refosco

O acerto no trabalho de Ronaldo Fraga vem de muito. Um dos poucos artistas da cena de moda brasileira que revela unidade criativa e constância de criação.
Criar é difícil, ser coeso e criativo simultaneamente, isto é, ser o mesmo e ser novo, ser melhor a cada vez, não é bolinho. A qualidade sublime, que pode trazer lágrimas aos olhos da platéia na frente da passarela, elevando de fato a moda ao estado de arte, no caso do Ronaldo começa muito antes, começa na escolha dos temas, invariavelmente incríveis. Em geral Ronaldo escolhe (ele diz que é escolhido!) obras magníficas de artistas absolutamente consistentes e coerentes, mestres, pra falar a respeito.
Constrói sua obra a partir de Louise de Bourgeois, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Pina Bausch, Lupicinio Rodrigues. A coerência que começa na eleição, se estende inequivocamente pela qualidade estética do apresentado e vira antes que mais nada um diálogo, que apresenta e revela a beleza original e a nova beleza construída sob seu olhar, fresquinha, renovada.
Agora, o Athos Bulcão, com sua plástica limpa e inconfundível, construída de linhas decididas e cores absolutas é o assunto que Ronaldo revira e mistura, revelando vida e obra.
Na sala de desfile imagens, suspensos do teto quadrados que mostram desenhos breves que trazem os azulejos de Athos à cena. A música de Baden Powell abre o acontecimento e toda a sala escura se ilumina de emoção.
O desfile inicia com tecidos pesados, de cores contrastantes e desenhos precisos. De longe parecem recortes, mas depois, vendo-os de perto, são jacquards, lindos. Os volumes amplos, suspensos pelos ombros as vezes deixam aparecer mangas também amplas, pesadas. Evoluem dos azulejos e da geometria marcada para peças inteiramente construídas com imagens, os carnavais de Athos, mostrados em fotos preto e branco, também jacquard. Maravilhosos.

fotos: Namídia 
Enquanto a música passeia pelo Brasil os vestidos, algumas calças e saias acompanhados de blusas simples de modelagem e sofisticadas de imagem, se tornam leves e fluidos e trocam a imagem em jacquard por estamparia, mostrando paletas de cores, parecendo cenas de ateliês.  Há peças que parecem nuvens, leves, fofas, que flutuam através da musica, trazendo saudades de Brasis e desejos de futuros bons.
fotos: Celaine Refosco
Tudo encerra com Vinicius de Moraes e o momento mais emocionante em que entram todas as modelos, adoro este momento e no final de tudo aparece Seu Ronaldo, sorridente. A ministra da Cultura, Ana de Holanda, estava exatamente na minha frente, no lado oposto, primeira fila. Marina Silva, que havia causado um alvoroço na entrada, continuava alvoroçando ao final. Paulo Borges recebia e tomava conta de tudo. Lembrando aqui que Ronaldo e Paulo ocupam as cadeiras da moda que agora tem lugar no Ministério da Cultura.
O Brasil, que na minha infância fazia parte do terceiro mundo, tem tido um desenvolvimento econômico que surpreende a todos galgando posições entre os países mais bem sucedidos economicamente.  Na mesma noite do desfile Ronaldo falava sobre o crescimento e importância da indústria têxtil e de moda no programa Roda viva, da TV Cultura.
Eu acredito que através da moda, e fora dela, o país além de dinheiro possa aprender a cuidar-se mais, selecionar, valorizar. 
O desfile do Ronaldo, que mais que um desfile é mais uma celebração, nutre a esperança de que a gente enriqueça de fato, de tudo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Novo!

O novo por si só pode não significar nada, ou até, algo pior do que o estado atual das coisas. Estamos vivendo em pleno século XXI e já é hora de iniciar a gestação de algo novo na política brasileira, todos merecemos uma política diferente, aliás, muito diferente de tudo o que está ai. Creio não ser preciso descrever o lastimável estado moral, a incompetência e ineficiência da maioria dos políticos e suas gestões e mandatos frente ao executivo e legislativo. O judiciário é um capítulo à parte.

Como construir processos de planejamento e gestão modernos e participativos que tenham capacidade de extrair e oferecer o melhor à comunidade e as futuras gerações, respeitando o meio ambiente? Como exercer mandatos centrados na coisa pública, nos interesses legítimos da sociedade e dos representados e agir com transparência e honra? Reclamamos muito e agimos pouco. Alguém já se perguntou como deveria ser esse novo homem e mulher públicos?

O Brasil é a bola da vez no mundo! Todos estão de olho em nós, tanto em termos econômico e social, quanto cultural. Talvez o passo mais importante, seja uma mobilização nacional para a construção do novo homem público. Um político preparado técnica e intelectualmente, sensível e ligado a realidade nacional, que aceite servir sob os interesses coletivos e acima de tudo, não esteja única e exclusivamente pensando na sua carreira política e seus interesses particulares.

Nossas cidades precisam destas novas mulheres e homens! Nossos filhos precisam deles! Todos nós precisamos, para que a economia seja mais eficiente e o capital seja aplicado para desenvolver todo nosso potencial, preservando a natureza; para que os governos atuem em parceria com a iniciativa privada, priorizando os interesses dos mais pobres e excluídos; para que a inteligência seja o principal ingrediente das decisões políticas e projetos urbanos; para que possamos viver em cidades mais humanas, democráticas, eficientes e belas.

Por isso a participação do cara super honesto, do intelectual que estudou e ensinou a vida toda, da dona de casa que conhece o valor real de cada produto, do sindicalista que luta por sua categoria, do empresário que acredita em algo melhor e dos políticos que querem mudar é fundamental para essa mudança!

Texto Arq. Christian Krambeck publicado no Jornal de Santa Catarina da última quarta...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Amar é mudar a alma de casa... Mario Quintana

Falemos aqui de casas...casas com alma é o que procuramos...casas que proporcione encontro, que vibra, que suja sofá com pipoca! que cria memória, que tem cheiro, lembranças...porque só a casa da vó merece lembranças? a casa contemporanea esta carente de identidade, de acolhimento de simplicidade. E se vc nos perguntar, tá e aí qual é a tendencia? A resposta é, estamos em busca dessa resposta...em busca de criar casas com alma.

Pensando um pouco sobre isso selecionamos algumas fotos de ambientes que  inspiram... palavras chaves...reuso, memória, afeto, acolhimento e diversão!








                                          http://revistacasaejardim.globo.com/

                              http://rodrigobarba.com/blog/2011/01/31/luminaria-com-caixa-de-ovo/


                           http://rodrigobarba.com/blog/2011/01/27/velhos-objetos-novos-usos-1/

Foto Amadora Perfeita! Como fazer?

Publicamos esta foto de nossa aluna Bruna, arquitetura FURB, pela qualidade do enquadramento, equilíbrio, cores, texturas e proporção. Gostamos de fotografia e é muito legal ver fotos de qualidade e que retratam além da paisagem, o momento...


Bruna Dellagno no Instituto Ricardo Brennand, em Recife-PE, vale a pena conferir http://www.institutoricardobrennand.org.br/index2.html

http://www.facebook.com/profile.php?id=100001897894609